quarta-feira, 14 de dezembro de 2016



O DESVIO DA RETÓRICA  ....
... OU, PIOR DO QUE ESTÁ, FICA SIM





“Acender as velas
Já é profissão
Quando não tem samba
Tem desilusão”
...
Acender as velas- Zé Keti- 1965


  “Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”, já dizia Edmund Burke (Dublin, 12 de janeiro de 1729 — Beaconsfield, 9 de julho de 1797)). Assim vejo os 30% dos brasileiros que, segundo tem divulgado determinados sites, preferem a volta do Regime Militar.

  Saudade é uma palavra que só existe na língua portuguesa- ok, isso já foi comentado exaustivamente nos últimos anos, mas, como defini-la? Como expô-la? Como traduzi-la?.(saudade)....

  Entes e amigos próximos de pessoas recém falecidas definem a SAUDADE de uma forma, o personagem (real) de um relacionamento há pouco acabado, de outro. O ex milionário diz ter saudade do dinheiro que tinha. Poetas dizem ser possível ter saudade daquilo que nunca se teve...

   O “mudar para ver como fica” talvez seja o sentimento (muito das vezes saindo da inércia do SENTIR  para a aplicabilidade do FAZER, inclusive) mais duro que alguém pode conceber. É um sentimento de mais pura preguiça e morte de propósito e do contra- argumento que tenho visto.

   Ainda no primeiro semestre deste tenso ano, quando a idéia de um impeachment presidencial começava a ganhar maior popularidade, o argumento (ou a falta de) de determinadas pessoas era este: “o de mudar para ver como fica” (...) E de fato mudou. De acordo com a opinião de cada um, esta mudança foi para melhor ou para pior (o sentido deste parágrafo não é fazer este julgamento).

  Os mais de 62 milhões de brasileiros (os mesmos 30% falados acima) que dizem optar pela volta de uma intervenção militar, podem ter, é claro, o seu motivo, a sua justificativa embasada. Porém, tenho um tremendo “pressentimento” (sim, usarei este termo) de que boa parte destas pessoas que preenchem este um terço de brasileiros que querem a volta das forças militares como poder central e absoluto em contrapartida ao Regime Democrático atual, provavelmente não saibam que tal medida, feita de forma “planejada” e “organizada” como queiram, soe, no mínimo, paradoxal, uma vez que, como prevê o artigo 142 da nossa Constituição:“as Forças Armadas são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."

  Além  do meu (já disse) pressentimento sobre esta falta de conhecimento que traz, para estas pessoas, toda esta confusão conceitual, há ainda, um pressentimento ainda mais pungente à minha tolerância, que é o fato de achar que “a vontade que o exercito invada tudo e tire estes ladrões de Brasília “...(sic) seja por causa da saudade daquilo que não se viveu (por causa da tenra idade de muitos destes 62 milhões), ou da saudade daquilo que não se lembra mais como era (mas, na época em que tudo acontecia, queria, desesperadamente, que tudo aquilo- a DITADURA- acabasse...e olha, demorou 21 anos para acabar), ou, pura e simplesmente por levarem a sério demais o que disse um certo palhaço (na acepção real da palavra) dublê de político: “pior do que ta não fica”- ah, mas fica. E Muito- ou, ainda, quem sabem, assim como falavam (mas,esqueceram disso, pra variar) na época que apoiaram o impeachment, e estão falando novamente agora:

- “MUDAR PARA VER COMO FICA”

sábado, 18 de julho de 2015



É engraçado (ninguém nota),
mas  a minha 7ª  vértebra está criando vida própria.

É estranho- precisa só ver-
só que nem eu mesmo consigo entender...

Fica assim, uma protuberância sem fim:
engraçado pra você, constrangedor pra mim!

Esteticamente incomoda, na prática não fica feio
mas, " e se isso piorar", receio!

"- Exercícios", minha fisioterapeuta recomenda,
mas, nem mais pra caminhar  a coluna aguenta!

A idade e o sedentarismo não perdoam
tempo e ânimo escoam ...
Não sei se há formula mágica contra isso,
já tentei de tudo: oração, mágica até feitiço.

Se isso piorar e eu virar o "corcunda de Notre dame",
é a tal da vida da 7ª vértebra  pedindo que a proclame.




domingo, 8 de março de 2015


Quis dar carona aos braços meus:
o otimismo do apelo teu...
 
Mas, como conservar este sorriso por mais tempo,
se o encanto de outrora se perdeu?
(Incendiar noticias desagradáveis,
ou canalizar as que forem afáveis?)
 
E assim, vou contra a maré,
desmistificando tudo.... exceto a fé!
 
...mas, como me encantar com o desânimo deixado pela guerra,
se falta inspiração depois de tanta mazela?
(Reconquistar o próprio caminho,
ou reescrever o  próprio destino)?
 
E, ao  tentar embriagar-me do teu suor sofrido das batalhas do dia a dia,
encontro a paz que desde os tempos de pânico não  tinha!
 
Então, sou convidado ao encontro do mar
lá, tudo que sabemos dispõe a se calar...
 
Então, sou intimado pelo teu sorriso a esquecer
das dores e das lembranças que fazem sofrer!
 
E assim, o subjetivo deste caminhar não me faz assustar;
E assim, os passos curtos da sobriedade não faz desatar 
o roteiro e o capricho de viver assim, sem querer acelerar...

...para que assim, paz e sonhos possam, mutuamente, confraternizar.
 
Max Air, 
Março de 2015  

sábado, 22 de fevereiro de 2014


O sorvete de casquinha e os seus “ensinamentos de vida de algum almanaque interminável”.                                                                                   





“Preciso andar com vocês

Tomar um sorvete com vocês

Preciso saber do Brasil

E da gente nua lá no Rio


Pois todo compositor contemporâneo

Precisa conhecer átomo de urânio

Pois todo compositor contemporâneo..ahaha”...
                    Um Sorvete Com Vocês- Júpiter Maça

 



Sabe aquele sorvete de casquinha? É, tipo aquele que pedimos no BOB`S, por exemplo?





Não é que este...ou estes tipos de sorvete  me levou/levaram à pensar, enquanto saboreava um estes dias- ou, no meu caso, que sou fã dos sorvetes em geral,  a saborear enquanto pensava em um- na quantidade de associações  que cada atitude degustadora minha  ao elemento gelado aqui degustado...digo, falado, levaram-me a fazer. 

 





E quando falo em associações, refiro-me a várias comparações que fiz, ou que se pode fazer, entre o simples ato de tomar um sorvete com algumas concepções, lições de vida, que lemos por aí...mesmo que muitas delas possam soar piegas para os menos dogmáticos, digamos!

 





Aviso que as comparações que virão abaixo não tem a menor pretensão de soarem poéticas, tampouco lições de vida...papo cabeça, estas coisas. Mas, que achei divertido (e é este mesmo o termo) comparar o sorvete de casquinha  com alguns “ensinamentos de vida de algum  almanaque interminável”.

 





Vamos então à eles: 

 





-Você  começa decompondo, ao iniciar o gesto de saborear o  sorvete,  a sua parte mais alta  (no caso: o auge, o apogeu, a parte há menos tempo feita, construída, constituída), mas desde que a base (a parte mais baixa, o “início de tudo” ) permaneça inalterada, pode-se  recuperar, se for o caso,  o  tamanho natural...chegar novamente à mesma parte alta de antes, pois, neste caso, a base foi mantida, a estrutura para recomeçar foi mantida;

 





-Inicia-se o preparo do sorvete  com a parte inferior, que é a base. Sendo esta base que dá o  suporte para a continuidade do crescimento, até chegar com segurança à parte mais alta;

 





-Você  não pode aumentar o tamanho ou  peso da parte alta sem antes fazer o mesmo, previamente, com  a  base, pois é a base que sustenta (obviamente) a parte mais alta que é a mais vulnerável, a mais volátil, mesmo sendo esta a parte mais glamorosa com suas pompas e circunstâncias;

 





-A parte alta é a primeira a acabar, mas, a  base continua. Agora, se acabar a base toda...ou nem isso, apenas parte da base, a parte alta desmorona, independente de sua beleza e do sucesso até ali conquistados;

 





-E tão bom saborear a parte alta quanto a inferior- embora o apetite e também a falsa impressão de que o sabor da parte alta seja melhor (e menos duradoura); o “apetite” e a “novidade” que a parte inicial da degustação oferecem (que é a parte alta) desmerecem a parte baixa do sorvete...em suma, “ninguém” se importa com a base, com a origem de tudo  que carregou o peso da parte alta;

 





-A parte baixa está totalmente presa à sua sustentação. A parte alta não. A parte alta é até  mais vistosa, caracteriza e  representa  melhor o  formato  sorvete,  mas se não  tomar cuidado ou por uma rápida distração, ela cai;



-Pode até demorar, mas, quando acaba a base, acaba tudo. E se tiver que  recomeçar, recomeça-se (assim como anteriormente) com a base, pois a base é o inicio de tudo,  é a sustentação para  o crescimento.

 




!Brindemos!